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SANTIAGO, Iago Gusmão. Mapa da Comarca dos Jlheos: pertencentes a Capitania da Bahia de Todos os Santos. In: Corpus Toponymicum Bahiae, 2025. Disponível em: https://ctbahiae.com/index.php/mcias-mapa-da-comarca-dos-ilheos. Acesso em: .

Mapa da Comarca dos JlheosPertencente a Capitania da Bahia de Todos os Santos

Resumo

O Mapa da Comarca dos Jlheus é o terceiro cartograma da coletânia de três mapas anônimos da Capitania da Bahia de Todos os Santos. Apesar de ser um mapa anônimo,  os Anais de 1881-1882 sugerirem um parentesco com um mapa datado de 1807, cujo original se encontra no Arch. Militar com o nome de Anastasio de Santa Anna[1], mesmo autor do Guia de Caminhantes. Quanto à datação, Havre (2019), a partir da análise de aspectos estruturais dos mapas estima que “as informações que podem ser obtidas dos documentos apontam que eles foram certamente realizados entre 1761 e 1807″[2].

[1] Não há muitas informações a respeito do suposto autor dos mapas, apenas que o Guia de Caminhantes foi produzido na Bahia e que ele era denominado de ‘o pardo’.
[2] Apesar de a Biblioteca Nacional apresentar uma datação global que abrange o período entre os anos de 1700 e 1799, acredita-se que o mapa havia sido produzido em outro período. A datação inicial foi feita a partir do título do Mapa da Comarca dos Jlheos, que apresenta a informação de que a Comarca de Ilheos pertencia à Capitania da Bahia de Todos os Santos, fato que, como constata Havre (2019), aconteceu apenas em 1761. A datação final foi fixada a partir da identificação de uma relação genética existente entre os sistemas de coordenadas instalados, a adoção do meridiano caboverdiano, tanto no mapa do Arch. Militar e quanto no mapa anônimo.

TítuloMapa da Comarca da Bahia de Todos os Santos sua divisão desde o rio Jiquiriça athé o rio Real pela parte do Norte

Tipo: Mapa

Ano: 1761-1807?[3][17–]?[4]

Autoria: Anastasio de Sant’Anna?[5]

Abrangência: Brasil, Capitania da Bahia, Comarca dos Ilhéus

Idiomas: Português/Tupi (topônimos)

Custódia: Biblioteca Nacional (Brasil)

Local original: ARC.004,03,008 – Cartografia

VisualizaçãoJPEGHTML

 

Fonte: Adaptado da Biblioteca Nacional Digital↗.

[3] Datação Havre (2019).
[4] Datação Biblioteca Nacional.
[5] Autoria atribuída por Havre (2019).

Descrição original[6]: 1 mapa ms.: desenho a tinta ferrogálica; 43,5 x 54,5cm em f. 48 x 58.

Descrição complementar: Os símbolos utilizados para a identificação das entidades geográficas se assemelham aos do Guia de Caminhantes. O mapa consta com 153 ocorrências toponímicas, contando os dois topônimos presentes no título, ‘Comarca dos Jlheos’ e ‘Capitania da Bahia de Todos os Santos’, localizado nos quadros A-10/11 e B-10/11. Abaixo do título encontra-se a escala do mapa de 5 léguas de caminho, sendo que a primeira apresenta em cores alternadas o fracionamento da légua em quatro partes, alternando entre o traçado vazado e preenchido. Além das ilustrações dos contornos de ilhas e rios, as barras são ilustradas no litoral na forma pontilhada; há ilustrações de símbolos representando serras/montanhas nos quadros B-1 e B-4. Há uma ilustração de bússola no quadro I-8. O mapa apresenta duas bordas. A borda interna registra em forma de grade, nas partes inferior e laterais, as coordenadas correspondentes às medidas inferiores à légua representadas no título, alternando entre a linha vazada e preenchida. Entre a borda interna e a externa consta a indicação dos graus, próximos aos quadros A/B-1/12, G-1/12, J-4/10. O mapa também apresenta uma colagem na borda inferior esquerda, com informações escritas em tinta vermelha, ao lado um código escrito à lápis. Ao meio da borda inferior também há anotações em tinta vermelha e lápis. Anotações de números em tinta azul, vermelha e a lápis na borda inferior direita. Os símbolos utilizados no mapa correspondem aos encontrados no Guia de Caminhantes.

[6] Biblioteca Nacional Digital.
Digitalização: Biblioteca Nacional Digital.

Iconografia dos mapas

Os mapas apresentam um conjunto de símbolos importantes para identificação dos tipos de entidades nomeadas e que ajudam na interpretação do significado dos topônimos.

Mais informações

Assista o vídeo publicado pelo Centro de Referência em Cartografia Histórica da UFMG informações sobre o cartógrafo Anastásio de Sant’Anna.

 
 
 
 
 
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Lista de topônimos

Fac-símile: recorte do fac-símile do documento.

Entrada: topônimo com a grafia atualizada e link para o respectivo verbete.

Transcrição: transcrição do topônimo preservando as características grafemáticas.

Quadrante: localização no topônimo no mapa quadriculado (fac-símile à direita), indicando em ordem alfabética os quadrantes na horizontal e numérica na vertical.

Localização: localização do topônimo no mapa digital.

Verbete: verbete correspondente.

A metodologia adotada segue os seguintes procedimentos e critérios atualizados: 

1. Quadriculamento: o primeiro passo foi o quadriculamento do material, marcando as quadriculas horizontais com números (1…n) e as verticais com letras do alfabeto para auxiliar na localização dos topônimos. Por não haver muitos pontos de concentração de topônimos nos mapas, não foi necessário um número elevado de quadros, sendo feitos apenas até o número 12 na horizontal e até a letra J na vertical (cf. imagem à direita). 

2. Elaboração da ficha de transcrição: a primeira coluna contendo o número do topônimo; a segunda, o um fragmento do fac-símile para permitir a revisão do topônimo transcrito; a terceira, o registro do nome; e a quarta, a entrada lexical, com atualização ortográfica para facilitar a localização pela ferramenta de busca; a quinta, a identificação da quadricula em que o topônimo se encontra seguindo o sistema letra-número, e.g. A-12.

3. Critérios de transcrição

i. A transcrição é realizada quadro a quadro, percorrendo o mapa da esquerda para a direita, de cima para baixo;

ii. Respeita-se a grafia utilizada, sem a inserção de nenhuma intervenção de ordem gráfica e com a reprodução dos diacríticos tais como aparecem, assim como letras minúsculas, hipossegmentação, acentuação,  abreviaturas etc.;

iii. Utiliza-se o operador ( ) para indicar leitura conjecturada.

iv. Constrói-se a entrada com o desdobramento da abreviaturas, separação de formas de palavra hipossegmentadas, junção das hipersegmentadas e atualização ortográfica para a norma vigente.

Fac-símileEntradaTranscriçãoQuadroLoc.
Coroas de São JoãoCoroas de S JoãoA-3
Rio GrangenjiRio GrangenjiA-6
Rio das SalinasRio das SalinasA-7


Rio das ContasRio das ContasA-9

Serra das MaitaracasSerra das Maitaracas
Coroa do MortoCoroa do Morto
Serra dos AimorésSerra dos Aymorês
Rio da SalçaRio da Salça
Coroa do EstreitoCoroa do Estreito
Coroa do CacherroCoroa do Cax(e)rro
Boca da CachoeiraBoca da Caxoeira
Rio de Poxý ou Rio PardoRio de Poxý ou R. Pardo
LOGO ADHET FUNDO 1

Referências

ALMEIDA, Thamara Santos de. Restaurando a Caatinga: experiência do projeto RE-Habitar Ararinha Azul na Bahia. In: Apremavi, 2025. Acesso em: 22 nov. 2025.

ARAÚJO, Bernardo. Para a ‘extinta’ ararinha-azul, retorno bem-sucedido é ofuscado por incertezas. In: Mongabay, 2024. . Acesso em: 22 nov. 2025.

CURAÇA OFICIAL. Corrida da Ararinha Azul encanta Comunidade da Fazenda Melancia em Curaçá. In: Curaçá Oficial, 2023. Acesso em: 22 nov. 2025.

Vercillo Ugo et al. Spix’s Macaw Cyanopsitta spixii (Wagler, 1832) population viability analysis. Bird Conservation International, Cambridge, v. 33, p. 1-12, 2023.

FLORES, Victor. Tita. In: Victor Flores, s. d. Acesso em: 22 nov. 2025.